Você sente que sua mente vive em uma neblina constante? Que a capacidade de se concentrar, organizar tarefas e lembrar de compromissos, que já era um desafio, agora parece uma batalha perdida? Se você tem mais de 40 anos, saiba que não está sozinha e isso não é uma falha de caráter. A ciência está começando a entender a complexa e poderosa interação entre TDAH e menopausa, uma “tempestade perfeita” que pode intensificar sintomas e levar muitas mulheres a um ponto de esgotamento.
Neste guia, vamos desvendar essa conexão, explicar por que os sintomas pioram e, mais importante, mostrar caminhos para que você possa navegar esta fase com mais clareza, autocompaixão e controle.
A Tempestade Perfeita: A Ligação entre Estrogênio e Dopamina
Para entender o que acontece, precisamos falar sobre dois elementos-chave: o estrogênio e a dopamina. O TDAH está fundamentalmente ligado a uma desregulação na dopamina, um neurotransmissor essencial para o foco, a motivação e as funções executivas.
Pense no estrogênio como um maestro que ajuda a regular a orquestra de neurotransmissores no cérebro feminino. Ele tem um efeito positivo no sistema da dopamina, ajudando a aumentar sua produção e a sensibilidade de seus receptores. Para uma mulher com TDAH, o estrogênio sempre atuou como um agente estabilizador natural, mesmo que ela não soubesse disso.
Quando a perimenopausa chega, os níveis de estrogênio começam a flutuar caoticamente e, por fim, caem drasticamente. Para o cérebro com TDAH, isso significa perder um suporte neuroquímico vital. O resultado é uma intensificação dramática dos sintomas que talvez estivessem controlados (com muito esforço) a vida toda.
Sintomas em Dobro: TDAH e Menopausa
Um dos maiores desafios desta fase é a sobreposição de sintomas, que confunde tanto as mulheres quanto os médicos. A “névoa mental”, a irritabilidade e a fadiga são queixas comuns em ambas as condições. A principal pista para diferenciar é a cronicidade: os sintomas do TDAH estão presentes desde a infância, ainda que de forma mascarada.
Veja como as manifestações podem se parecer e se diferenciar:
- Dificuldade de Concentração: No TDAH, é uma dificuldade crônica que piora com o tédio. Na menopausa, pode ser sentida como um “cérebro lento”, uma dificuldade mais recente e global.
- Lapsos de Memória: O TDAH afeta principalmente a memória de trabalho (esquecer o que ia fazer). Na menopausa, a queixa pode ser a dificuldade em encontrar palavras ou nomes, a sensação de que “a palavra sumiu”.
- Irritabilidade e Humor: No TDAH, faz parte de um padrão crônico de desregulação emocional. Na menopausa, a piora do humor pode estar mais associada a outros sintomas, como insônia e fogachos.
- Fadiga: A fadiga do TDAH é mais mental, por sobrecarga de estímulos. A da menopausa é uma exaustão física e mental profunda, muitas vezes ligada à má qualidade do sono.
O Diagnóstico Tardio: Por que Tantas Mulheres Descobrem o TDAH aos 40+?
Muitas mulheres passam a vida sem o diagnóstico correto porque o TDAH se manifesta de forma diferente nelas, com mais desatenção e inquietação interna do que hiperatividade externa. Desde cedo, elas aprendem a “mascarar” suas dificuldades para atender às expectativas sociais, criando sistemas complexos para parecerem organizadas.
Esse mascaramento exige uma quantidade enorme de energia mental. Com a chegada da menopausa, a base hormonal que sustentava esse esforço desaparece. As estratégias de compensação falham, e a sensação é de um colapso funcional, o que finalmente leva muitas mulheres a procurar ajuda e receber o diagnóstico que explica uma vida inteira de lutas.
Estratégias para Lidar com o TDAH e Menopausa
Recuperar o equilíbrio exige uma abordagem integrada. Tratar apenas os sintomas da menopausa ou apenas o TDAH não costuma ser suficiente. É preciso olhar para o quadro completo e a interação entre TDAH e menopausa.
Acompanhamento Médico Integrado
É fundamental ter uma equipe que entenda essa conexão. Idealmente, seu cuidado deve ser coordenado entre um psiquiatra, para otimizar a neuroquímica, e um ginecologista, para gerenciar o ambiente hormonal. Leve essa discussão para seus médicos e seja sua própria defensora.
Terapias e Suporte Psicológico
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é altamente eficaz para o TDAH adulto. Ela ajuda a desenvolver habilidades práticas de organização e a reestruturar crenças negativas (“sou preguiçosa”, “sou incapaz”) que se acumularam ao longo dos anos.
O Papel Fundamental do Estilo de Vida
Intervenções no dia a dia são pilares essenciais para a regulação dos sintomas do TDAH e menopausa.
- Exercício Físico: A prática regular de atividades aeróbicas e de força melhora o humor, a concentração e o sono, pois aumenta a liberação de dopamina.
- Nutrição Estratégica: Uma dieta anti-inflamatória e rica em proteínas, fibras e gorduras saudáveis apoia a saúde cerebral. Nutrientes como a fosfatidilserina, presente em suplementos como o Balance da Kefi, têm sido estudados por seu suporte à função cognitiva, melhorando memória, foco e humor. Da mesma forma, vitaminas do complexo B, como a B6, auxiliam na redução da ansiedade e das oscilações de humor.
- Higiene do Sono: A insônia piora todos os sintomas cognitivos e emocionais. Priorizar uma rotina de sono é inegociável. Um sono de qualidade é essencial para a recuperação cognitiva e a regulação emocional. Para mulheres que enfrentam dificuldades para dormir, produtos como o Sleepy da Kefi, com melatonina e triptofano, podem ser aliados para quem busca regular o ciclo do sono e garantir um descanso verdadeiramente reparador.
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Entender a conexão entre TDAH e menopausa é o primeiro passo para se libertar da culpa e começar a agir. Você não está quebrada; seu cérebro está passando por uma mudança biológica profunda. Com o conhecimento certo, o apoio adequado e muita autocompaixão, é totalmente possível atravessar essa tempestade e encontrar um novo e poderoso equilíbrio.
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