Se você está na menopausa e sente dor, inchaço e sensibilidade aumentada nas pernas, pode estar lidando com mais do que simples retenção de líquido. Neste artigo, vamos explicar a relação entre lipedema e menopausa, por que ele se agrava nessa fase da vida e como buscar alívio com informação, diagnóstico e cuidado.
Durante a menopausa, muitas mulheres percebem mudanças no corpo que vão além dos sintomas esperados como ondas de calor ou alterações no sono. Um dos desafios menos falados, mas bastante frequente, é o agravamento de uma condição chamada lipedema na menopausa — caracterizada pelo acúmulo doloroso e desproporcional de gordura nas pernas e braços.
O que é lipedema e como ele se manifesta?
O lipedema é uma doença crônica que afeta quase exclusivamente mulheres. Ele se caracteriza pelo acúmulo simétrico e doloroso de gordura subcutânea, principalmente nas pernas, coxas, quadris e, em alguns casos, nos braços.
Principais sintomas:
- Dor ou sensibilidade ao toque;
- Inchaço persistente que não melhora com elevação das pernas;
- Hematomas frequentes sem causa aparente;
- Gordura com aspecto irregular (nódulos, fibroses);
- Sensibilidade emocional e desconforto com a imagem corporal.
Esses sinais costumam ser confundidos com celulite ou simples retenção de líquidos, o que atrasa o diagnóstico.

Por que a menopausa influencia o lipedema?
Durante a menopausa, há uma queda significativa dos hormônios estrogênio e progesterona. Essa mudança afeta a forma como o tecido adiposo se comporta, favorecendo o acúmulo de gordura nas regiões já afetadas pelo lipedema.
Estudos mostram que cerca de 67% das mulheres com lipedema relatam piora dos sintomas ao entrar na menopausa. Isso ocorre porque o tecido adiposo passa a produzir hormônios localmente (como o estrogênio), o que pode intensificar inflamação e dor.
Um problema hormonal e inflamatório
O lipedema não é apenas um acúmulo estético de gordura. Ele envolve alterações hormonais, inflamação crônica e disfunção no sistema linfático. Por isso, exige olhar atento e tratamento individualizado.
Como saber se você tem lipedema?
O diagnóstico do lipedema é clínico, feito por profissionais como angiologistas, endocrinologistas ou fisiatras. Os principais sinais observados incluem:
- Distribuição simétrica da gordura nas pernas, poupando os pés;
- Dor persistente e sensibilidade aumentada;
- Resistência à perda de peso nessas regiões;
- Edema que piora ao longo do dia.
Exames como ultrassom, bioimpedância e ressonância magnética podem ajudar na investigação.
Existe tratamento para lipedema?
Embora o lipedema não tenha cura, há diversas formas de controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida:
- Meias de compressão graduada;
- Drenagem linfática manual;
- Exercícios de baixo impacto (como caminhada, hidroginástica, pilates);
- Alimentação anti-inflamatória;
- Apoio emocional e terapia;
- Lipoaspiração em casos graves, como opção complementar.
O papel do autocuidado
Cuidar do corpo com carinho, respeitar seus limites e manter uma rotina de movimento é fundamental. Não se trata de “eliminar” gordura, mas de viver com mais conforto e bem-estar.
Quando buscar ajuda?
Se você está na menopausa e percebeu aumento da dor, inchaço, sensibilidade ou dificuldade para emagrecer nas pernas, vale conversar com um profissional de saúde. O autoconhecimento e o diagnóstico precoce são aliados importantes.
Conclusão
O lipedema pode ser um desafio, mas também é uma oportunidade de olhar para si com mais empatia e cuidado. Com informação, acolhimento e apoio profissional, é possível aliviar os sintomas e viver melhor.
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