Você já percebeu que, com o passar dos anos, pequenas infecções parecem mais frequentes, ou o corpo leva mais tempo para se recuperar de uma gripe? Essa mudança não é coincidência. A ciência tem mostrado que a menopausa e imunidade estão profundamente conectadas — e que a queda dos hormônios femininos pode aumentar a inflamação e enfraquecer as defesas naturais do corpo.
Um estudo publicado em 2025 na revista Aging Cell revelou que as mulheres na menopausa apresentam mais células inflamatórias no sangue — chamadas monócitos — do que homens ou mulheres mais jovens. Essas células produzem substâncias inflamatórias (como IL-6 e TNF), associadas a dores, fadiga e maior risco de doenças cardiovasculares.
O que muda no corpo feminino
Com a queda dos estrogênios, o organismo perde uma parte importante de sua proteção natural. O estrogênio ajuda a equilibrar a resposta imune, mantém as mucosas saudáveis e regula processos inflamatórios. Quando ele diminui:
- Aumenta o número de monócitos inflamatórios;
- Reduz-se a proteína C3, responsável por eliminar microrganismos;
- O corpo perde parte da capacidade de fagocitose, ou seja, de limpar células danificadas e agentes invasores.
Essas alterações explicam por que muitas mulheres após os 45 anos relatam mais infecções urinárias, dores articulares ou uma sensação constante de inflamação leve. Tudo isso faz parte da relação direta entre menopausa e imunidade.
Inflamação silenciosa e envelhecimento
Esse processo, conhecido como inflammageing, é uma inflamação crônica e discreta que se acumula com o tempo. Ela está relacionada à perda de massa muscular, declínio cognitivo e até à menor eficácia de vacinas. Cuidar da imunidade na menopausa é, portanto, cuidar da longevidade.
“O estudo mostrou que o equilíbrio hormonal é essencial para a saúde do sistema imune. A menopausa não é apenas uma questão de hormônios, mas também de defesa e vitalidade.” — De Maeyer et al., Aging Cell, 2025
HRT e alternativas naturais
As mulheres que faziam terapia hormonal (HRT) no estudo apresentaram resultados surpreendentes: menos células inflamatórias, níveis mais altos de C3 e melhor desempenho imunológico. Ainda assim, a reposição deve ser avaliada individualmente com acompanhamento médico.
Além da HRT, estratégias naturais também auxiliam no equilíbrio inflamatório:
- Sono reparador: o descanso profundo regula a produção de citocinas anti-inflamatórias.
- Alimentação anti-inflamatória: inclua frutas vermelhas, peixes gordos e vegetais verde-escuros.
- Atividade física regular: melhora a função imune e reduz o estresse oxidativo.
- Suplementação orientada: compostos como magnésio, vitamina D e B6 — presentes no Balance e no Sleepy — ajudam a modular a inflamação e a qualidade do sono, apoiando a relação entre menopausa e imunidade.
Um novo olhar para a saúde imunológica feminina
A pesquisa reforça um ponto fundamental: a menopausa redefine a forma como o corpo reage ao mundo. Manter a imunidade equilibrada é uma das chaves para atravessar essa fase com mais energia, proteção e bem-estar.
A boa notícia é que o corpo feminino é adaptável. Com apoio médico, alimentação adequada, sono de qualidade e suplementação inteligente, é possível reduzir os efeitos da inflamação e preservar a vitalidade — fortalecendo a conexão entre menopausa e imunidade.
No episódio PodKefi 23 | Saúde cardiovascular da mulher na menopausa, a Dra. Andressa conversa com a Dra. Kamilla Medeiros (geriatra e especialista em estilo de vida) sobre os sinais que passam despercebidos, fatores de risco que mudam com a queda do estrogênio e o que realmente ajuda na prevenção. As doenças cardiovasculares são hoje a principal causa de morte entre mulheres após os 40 — e o risco aumenta no climatério e na menopausa. Essa conversa complementa os achados sobre menopausa e imunidade, mostrando como a inflamação e o desequilíbrio hormonal também impactam o coração.
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