Menopausa tardia faz mal? Veja o que diz a ciência

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Duas mulheres maduras frente a frente, com cabelos grisalhos, usando roupas neutras, em fundo claro. A imagem representa diferentes vivências na menopausa, destacando o contraste entre envelhecimento e saúde feminina.

A menopausa tardia é quando a menopasa ocorre após os 55 anos. Embora a maioria das mulheres entre na menopausa entre os 45 e 55 anos, algumas continuam menstruando até mais tarde, de forma natural ou induzida, como no uso prolongado de terapia hormonal. Esse prolongamento significa mais tempo sob influência dos hormônios sexuais, especialmente o estrogênio. Mas quais são os impactos dessa condição para a saúde feminina?

Menopausa tardia é sempre um risco?

Nem sempre. A menopausa tardia traz efeitos mistos sobre a saúde: aumenta certos riscos, mas também protege em outras áreas. Compreender esse balanço é essencial para tomar decisões mais conscientes após os 55 anos.

Riscos associados à menopausa tardia

Cânceres hormonais: mama, útero e ovário

Quanto mais tempo o corpo da mulher permanece exposto ao estrogênio, maior é o risco de desenvolver cânceres hormônio-dependentes. Veja os principais:

  1. Mama: risco 30 a 40% maior em comparação com mulheres que entram na menopausa mais cedo.
  2. Endométrio: maior risco devido à predominância de ciclos anovulatórios no climatério.
  3. Ovário: mais ovulações ao longo da vida aumentam a probabilidade de alterações malignas.

Distúrbios ginecológicos: miomas e endometriose

Além dos cânceres, a exposição prolongada aos hormônios também pode intensificar quadros ginecológicos benignos:

  • Miomas: podem crescer ou persistir por mais tempo, mantendo sintomas como sangramento e dor.
  • Endometriose: tende a regredir com a menopausa, mas isso é adiado quando ela ocorre tardiamente.

Doenças metabólicas: diabetes tipo 2

Estudos recentes apontam que mulheres com menopausa após os 55 anos apresentam um risco ligeiramente maior de desenvolver diabetes tipo 2. Fatores como obesidade, sedentarismo e histórico familiar também contribuem para esse cenário, reforçando a importância da prevenção.

Benefícios da menopausa tardia

Proteção cardiovascular

Por outro lado, a exposição prolongada ao estrogênio confere efeitos protetores ao coração e aos vasos sanguíneos. Mulheres com menopausa tardia têm menor risco de infarto e AVC durante a fase de transição hormonal, o que pode contribuir para maior longevidade.

Ossos mais fortes

Outro benefício importante está na saúde óssea. O estrogênio ajuda a preservar a densidade óssea. Assim, quem entra na menopausa mais tarde tende a ter menor risco de osteoporose e fraturas, especialmente de quadril e coluna.

Risco reduzido de demência

Além dos ossos e do coração, o cérebro também pode se beneficiar. Estudos mostram que a menopausa tardia pode estar associada a um risco menor de demência e Alzheimer, possivelmente devido ao efeito neuroprotetor dos hormônios sexuais ao longo da vida fértil.

E a terapia hormonal?

A terapia de reposição hormonal (TRH) pode simular os efeitos de uma menopausa tardia, mas é importante destacar que ela não deve ser usada com o objetivo de prolongar o ciclo reprodutivo. A TRH é indicada para aliviar sintomas do climatério, como fogachos, secura vaginal e distúrbios do sono, desde que sob orientação médica e com avaliação dos riscos e benefícios.

Conclusão

A menopausa tardia não é uma condição negativa por definição. Ela exige um olhar atento e equilibrado. Por um lado, aumenta o risco de alguns tipos de câncer. Por outro, oferece proteção ao coração, aos ossos e ao cérebro. Portanto, o ideal é manter o acompanhamento médico regular, realizar exames preventivos e adotar um estilo de vida saudável.

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🎧 Assita também: PodKefi #23 | Saúde cardiovascular da mulher na menopausa. As doenças do coração são a principal causa de morte entre mulheres após os 40, e o risco aumenta no climatério e na menopausa. Neste episódio, a Dra. Andressa recebe a Dra. Kamilla Medeiros (geriatra e especialista em estilo de vida) para uma conversa essencial sobre:

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