Quando uma mulher conhecida fala do que tantas vivem em silêncio, o impacto é imediato. Ao comentar no Fantástico sobre a libido na menopausa, Fernanda Lima trouxe à pauta um sintoma comum — e ainda cercado de tabus. A seguir, o que foi dito, como a notícia repercutiu e o que a ciência orienta para cuidar do desejo nessa fase.
Libido na menopausa: o que Fernanda Lima revelou no Fantástico
Em 17/08/2025, Fernanda afirmou que o sintoma que mais a surpreendeu foi a perda de libido. Em tom franco (e com humor), disse que “não ter vontade de transar” a afetou como mulher e impactou o casamento. A fala ganhou destaque nas redes, com muitas mulheres relatando experiências semelhantes.
“O mais chocante pra mim foi perder a libido. Não ter vontade de transar é um negócio que afeta… me afetou como mulher e afetou o meu casamento”, revelou Fernanda, em tom bem-humorado. Ela chegou a brincar que “dizer ‘não’ pro Rodrigo Hilbert (seu marido) é uma responsabilidade enorme”, evidenciando o impacto que a falta de desejo teve em sua vida conjugal
Repercussão: por que a conversa importa
A entrevista gerou manchetes e comentários de especialistas, ampliando a percepção de que libido na menopausa é assunto de saúde — não de culpa. Tornar a discussão pública ajuda a reduzir vergonha e a estimular busca por informação e cuidado.
Por que a libido na menopausa pode cair?
Os relatos de Fernanda Lima refletem uma realidade que atinge milhões de mulheres. Estudos científicos confirmam que a queda do desejo sexual é frequente no climatério e pós-menopausa.
Queda hormonal e resposta sexual
Com a falência ovariana, os níveis de estrogênio caem drasticamente (além da progesterona e até testosterona). Essa mudança hormonal afeta diretamente os mecanismos fisiológicos do desejo. O estrogênio em declínio pode reduzir a lubrificação vaginal e a circulação sanguínea nas regiões erógenas, tornando mais difícil sentir excitação. Muitas mulheres descrevem que o estímulo sexual já não provoca a mesma resposta corporal de antes.
Não é “coisa da cabeça” – há uma base biológica concreta para a diminuição da libido.
Secura e dor (síndrome geniturinária da menopausa)
Com menos estrogênio, a mucosa vaginal fica mais seca e fina, e a penetração pode se tornar dolorosa (condição conhecida como síndrome geniturinária da menopausa). Frente a desconfortos como ardor e microfissuras, é natural que o corpo “evite” o sexo.
Sono, estresse e autoimagem
Insônia, fadiga, ondas de calor e mudanças corporais interferem na disposição. A autoestima e a dinâmica do casal também contam. Informação e diálogo reduzem tensões e quebram o ciclo “desconforto → menos vontade → mais estresse”.
O que dizem os estudos sobre libido na menopausa
- A prevalência de baixo desejo tende a aumentar no climatério/pós-menopausa em relação à pré-menopausa.
- A síndrome geniturinária da menopausa (GSM) — sintomas genitais e urinários ligados ao hipoestrogenismo — é frequente e tratável.
- Diretrizes destacam abordagem integral: tratar sintomas físicos, considerar terapias hormonais quando elegível e olhar fatores emocionais/relacionais.
Pesquisas clínicas estimam que aproximadamente metade das mulheres após a menopausa apresenta baixo desejo sexual em algum grau. Ou seja, a perda de libido não é exceção – é uma experiência compartilhada, ainda que em intensidades variadas, tornando essencial compreender suas causas.
Como recuperar a libido na menopausa: caminhos possíveis
Tratar GSM: lubrificantes, hidratantes e estrogênio local
- Durante a relação: use lubrificante (à base de água ou silicone) para reduzir atrito e dor.
- No dia a dia: hidratantes vaginais 2–3x/semana ajudam a restaurar conforto.
- Quando indicado pelo(a) ginecologista: estrogênio vaginal (creme, comprimido ou anel) melhora secura, elasticidade e sensibilidade com mínima absorção sistêmica.
TRH (terapia de reposição hormonal) sistêmica
Pode aliviar fogachos, distúrbios do sono e oscilações de humor que, indiretamente, prejudicam o desejo. A decisão é individual, ponderando riscos/benefícios com o(a) médico(a).
HSDD (transtorno do desejo sexual hipoativo) e testosterona
Em mulheres pós-menopausa com desejo persistentemente baixo e sofrimento associado, diretrizes internacionais permitem testosterona em dose baixa, com avaliação criteriosa e monitorização.
Estilo de vida e saúde mental
- Movimento (caminhada, musculação, dança, yoga) melhora circulação, disposição e imagem corporal.
- Sono e gestão do estresse (mindfulness, psicoterapia) favorecem o retorno do desejo.
- Autoconhecimento sexual: explorar sensações e recursos (ex.: vibradores) pode reativar a excitação.
Comunicação no casal e terapia sexual
Conversar sem culpa alinha expectativas e evita interpretações equivocadas. Terapia sexual oferece estratégias para ampliar repertórios de prazer — com ou sem penetração.
Outras famosas também falaram sobre libido e menopausa
- Adriane Galisteu: A apresentadora revelou nas redes sociais, em outubro de 2024, que também enfrentou a falta de desejo sexual ao entrar na menopausa. “Falta tudo, claro que falta libido. [A menopausa] é uma fase muito difícil para a mulher”, confessou Galisteu em seu Instagram Stories.
- Claudia Raia: Conhecida por sua vitalidade, a atriz tem abordado a menopausa de forma positiva. Claudia estrelou em 2023/2024 uma peça de teatro sobre o tema e, em entrevistas, afirmou que conseguiu manter a libido em alta mesmo após as mudanças hormonais. “O meu desejo sexual permanece bom”, declarou, reconhecendo que muitas mulheres sofrem com sintomas “avassaladores” como secura e desconforto vaginal.
- Monique Curi: A atriz Monique Curi, conhecida por novelas nos anos 1980/90, é outra que decidiu expor suas dificuldades para ajudar outras mulheres. Ela revelou que a falta de libido foi um problema em sua menopausa e que inicialmente sentiu medo e vergonha do assunto. “No começo eu fiquei assustada… menopausa pra mim, achava que era coisa de velha. E eu me perguntava como ia falar para o meu marido”, admitiu Monique, contando que teve calores horríveis, insônia e zero vontade de sexo.
Esses depoimentos – somados ao de Fernanda Lima – evidenciam um movimento de maior transparência sobre a saúde da mulher madura. Outras personalidades, como Eliana (que recentemente relatou sintomas da menopausa precoce), a jornalista Sandra Annenberg (que falou sobre ondas de calor e redescoberta de si mesma) e estrelas internacionais como Naomi Watts e Kim Cattrall, também têm contribuído para desmistificar o climatério.
Mensagens em comum: normalizar a conversa, reconhecer sintomas e procurar orientação.
Quando buscar ajuda para a libido na menopausa
- Dor, ardor ou sangramento persistentes nas relações.
- Sofrimento pessoal ou impacto significativo no relacionamento.
- Dúvidas sobre reposição hormonal ou uso de testosterona.
Quem procurar: ginecologista (avaliação clínica, saúde íntima e hormônios) e, quando necessário, psicoterapia/terapia sexual.
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