A queda do estrogênio durante o climatério e a menopausa altera processos inflamatórios, a lubrificação das articulações e a percepção de dor. Isso pode piorar rigidez matinal, sensibilidade em mãos, joelhos, quadris e ombros. Além da oscilação hormonal, fatores como sedentarismo, estresse, sono ruim e excesso de peso contribuem para a dor nas articulações.
Resumo rápido:
- Estrogênio ajuda a modular inflamação e manter cartilagem saudável; sua queda pode aumentar a dor nas articulações.
- Sono fragmentado, estresse e ganho de peso elevam a sensibilidade à dor.
- Condições como osteoartrite, tendinites e bursites também são frequentes após os 40.
É osteoartrite, tendinite ou algo temporário?
A dor nas articulações na menopausa pode ter várias causas. Veja as diferenças gerais (orientação educativa, não substitui consulta):
- Osteoartrite (artrose): dor que piora no fim do dia, rigidez curta pela manhã (<30 min), estalos, possível inchaço leve. Muito comum em joelhos, mãos e quadris.
- Tendinite/bursite: dor localizada que aumenta com movimentos específicos (ex.: elevar o braço). Pode ocorrer após aumento abrupto de atividade.
- Dor inflamatória (ex.: artrite reumatoide): rigidez matinal prolongada (>60 min), inchaço quente/vermelho. Requer avaliação médica rápida.
- Dor miofascial: pontos gatilho em músculos, comum com estresse e postura.
Se a dor nas articulações surgiu de forma repentina, com vermelhidão, calor, febre, queda de força, deformidade, ou após trauma, procure atendimento imediatamente.
Sinais de alerta: quando investigar dor nas articulações
- Inchaço importante e quente, febre, ou mal-estar geral
- Rigidez matinal longa (>1 hora)
- Dor noturna que acorda você com frequência
- Perda de peso sem explicação
- Dor que não melhora após 6–8 semanas de cuidados básicos
Nesses casos, um(a) médico(a) pode solicitar exames (sangue, raio-X, ultrassom, ressonância) para diferenciar causas de dor nas articulações.
O que você pode fazer agora
A seguir, um plano em camadas — comece pelo básico e avance conforme necessário.
1) Movimento diário (a base do alívio)
O sedentarismo piora a dor nas articulações. O objetivo é “mover-se sem piorar”:
- Caminhada 20–30 min/dia ou em blocos de 10 min.
- Treino de força 2–3x/semana (ênfase em glúteos, coxas, core e costas) para estabilizar joelhos, quadris e ombros.
- Mobilidade + alongamento suave 5–10 min/dia, especialmente após aquecimento.
- Baixo impacto: bicicleta ergométrica, elíptico, natação ou hidroginástica.
- Mind–body: ioga ou tai chi melhoram dor, rigidez e equilíbrio.
Regra de ouro: durante o exercício, a dor pode subir até 3/10 e voltar ao baseline em 24h. Se piorar além disso, reduza carga/volume e progrida mais lentamente.
2) Peso, sono e estresse
- Peso corporal: cada 5 kg a mais aumentam a pressão sobre joelhos. Pequenas perdas (5–10%) já ajudam.
- Sono: dor e insônia se retroalimentam. Ritual de sono, reduzir telas à noite, ambiente fresco e regularidade dos horários.
- Estresse: técnicas de respiração, meditação guiada e momentos de prazer liberam vias analgésicas endógenas.
3) Calor, frio e ergonomia
- Calor local (chuveiro morno, bolsa térmica) antes de se mover.
- Gelo após esforço se houver inchaço.
- Ergonomia: teclado e mouse alinhados, alternância entre posturas, pausas ativas a cada 50–60 min.
4) Alimentação que acalma a inflamação
- Prato das cores: verduras, legumes e frutas variados diariamente.
- Proteínas magras e leguminosas para manter massa muscular.
- Gorduras boas (peixes, azeite, abacate, castanhas).
- Cereais integrais e fibras.
- Reduzir ultraprocessados, excesso de açúcar e bebidas alcoólicas.
- Hidratação adequada (urina amarelo-clara). A desidratação pode piorar a dor nas articulações.
5) Analgésicos e anti-inflamatórios (uso responsável)
- Paracetamol pode ajudar na dor leve em curto prazo.
- AINEs (ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco) aliviam picos de dor; prefira géis/cremes tópicos para áreas como joelho e mãos quando possível.
- Cuidado com uso prolongado de AINEs orais (risco gástrico, renal e cardiovascular). Sempre converse com seu/sua médico(a), especialmente se usar outros medicamentos.
6) Fisioterapia e terapias complementares
- Fisioterapia individual com foco em fortalecimento e função.
- Acupuntura, massagem terapêutica e liberação miofascial podem ajudar algumas pessoas.
- Orteses (talas para polegar/punho) em crises específicas — use com orientação profissional.
7) Terapia hormonal (TRH/TH)
Para algumas mulheres, especialmente nos primeiros anos pós-menopausa, a terapia hormonal sistêmica pode reduzir a dor nas articulações indiretamente ao melhorar sono, humor e inflamação. Não é indicada para todas. É contraindicada em casos de câncer de mama/endométrio, trombose prévia, entre outros. Decisão sempre compartilhada com seu/sua ginecologista.
8) Infiltrações e outras opções
- Corticosteroide intra-articular pode aliviar crises em osteoartrite específica (ex.: joelho), mas o uso deve ser criterioso.
- Ácido hialurônico tem benefício variável.
- Duloxetina (antidepressivo com ação analgésica) pode ser considerada para dor crônica osteoartrítica em alguns casos.
Suplementos: o que a ciência diz?
A suplementação é opcional e não substitui hábitos e tratamento médico. Evidências variam:
- Ômega-3: pode reduzir marcadores inflamatórios; benefícios discretos na dor para algumas pessoas.
- Vitamina D: útil se há deficiência comprovada; níveis adequados apoiam função muscular/óssea.
- Cúrcuma (curcumina): alguns estudos mostram alívio modesto em dor osteoartrítica.
- Colágeno tipo II não desnaturado (UC-II®): há pesquisas sugerindo melhora de dor e função em joelho; resultados variam.
- Glicosamina + condroitina: evidência mista; algumas pessoas relatam melhora após 2–3 meses.
- Magnésio: pode ajudar em cãibras e sono; impacto direto na dor nas articulações é incerto.
Como incorporar aliados do nosso ecossistema Dentro de um plano multimodal, o suplemento para menopausa Balance pode atuar como aliado ao fornecer micronutrientes e compostos antioxidantes que apoiam a saúde óssea e muscular e ajudam na modulação de processos inflamatórios. Em conjunto com treino de força, alimentação equilibrada e higiene do sono, esse suporte nutricional tende a reduzir a percepção da dor nas articulações ao longo das semanas.
Já o suplemento para menopausa Sleepy combina ingredientes que favorecem a qualidade do sono e o relaxamento. Dormir melhor ajuda a quebrar o ciclo dor–insônia–estresse, frequentemente associado ao aumento da dor nas articulações. Importante: eles não são analgésicos e não substituem avaliação médica, fisioterapia ou outras terapias quando indicadas.
Plano simples de 4 semanas para começar
Semana 1
- Caminhada 10–15 min/dia (ou 3×/semana 20 min)
- Mobilidade leve para coluna, quadris e ombros (5–8 min/dia)
- Bolsa morna pela manhã; gelo após esforços se necessário
- Registro de dor (0–10) e gatilhos
Semana 2
- Caminhada 20–30 min em dias alternados
- Treino de força 2×/semana (agachamento assistido, ponte, remada elástica, elevação lateral leve)
- Jantar mais leve e telas off 1h antes de dormir
Semana 3
- Incluir uma aula de ioga ou tai chi (on-line ou presencial)
- Ajustar ergonomia do trabalho e fazer pausas a cada 50 min
- Planejar proteínas magras em todas as refeições
Semana 4
- Aumentar carga do treino (mais repetições ou elástico mais forte)
- Reavaliar dor e função; se pior, reduzir 10–20% e manter consistência
- Agendar consulta com fisioterapia/medicina se dor persistir
Dúvidas comuns
1) Posso treinar com dor?
Sim, desde que a dor fique até 3/10 (leve) durante o exercício e diminua em 24h. Progrida devagar.
2) Preciso de exames?
Nem sempre. Se não houver sinais de alerta e a dor nas articulações for leve a moderada, muitas vezes o tratamento é clínico. Exames são úteis quando há suspeita de inflamação importante, trauma, infecção, ou quando não há resposta ao cuidado inicial.
3) Termogênicos e “detox” ajudam?
Não há evidência de que acelerem melhora da dor nas articulações; podem prejudicar sono e aumentar ansiedade. Certamente pioram as ondas de calor.
4) Qual o melhor exercício?
O que você consegue manter com regularidade e progressão segura: caminhar, nadar, pedalar, fortalecer.
5) Dor nas mãos é normal?
É frequente, especialmente na base do polegar. Talas noturnas, fortalecimento intrínseco da mão e géis anti-inflamatórios podem ajudar.
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Quando procurar ajuda profissional
Se a dor nas articulações limita tarefas simples (subir escadas, abrir potes), dura mais de 6–8 semanas apesar dos cuidados, ou vem acompanhada de sinais de alerta, marque consulta. Um plano individualizado acelera a recuperação.
Conclusão
Você não está sozinha. A dor nas articulações na menopausa é comum e tem manejo eficaz: movimento gentil, sono melhor, alimentação inteligente e, quando indicado, terapias específicas. Pequenos passos consistentes constroem grandes alívios.
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