Sexo dolorido na menopausa é uma queixa comum entre mulheres 40+, mas ainda cercada de silêncio, culpa e desinformação. Se você sente dor durante a relação sexual nessa fase da vida, saiba: não está sozinha, não é frescura e existem soluções seguras e eficazes.
Neste artigo, vamos entender o que está por trás da dor, como tratá-la e recuperar o prazer.
O que causa sexo dolorido na menopausa?
A principal causa é a queda dos níveis de estrogênio, hormônio que influencia diretamente na lubrificação e elasticidade vaginal. Esse processo leva a um quadro chamado atrofia vaginal ou síndrome geniturinária da menopausa, que pode causar:
- Secura e ardência
- Dor na penetração (dispareunia)
- Sensibilidade aumentada
- Infecções urinárias recorrentes
Segundo o estudo SWAN (Study of Women’s Health Across the Nation), um estudo longitudinal norte-americano com mais de 2.000 voluntárias acompanhado por mais de 10 anos, mulheres com secura vaginal têm quase 4 vezes mais chances de relatar dor durante o sexo.
Mas não é só físico: fatores emocionais também pesam
Estudos recentes mostram que fatores como depressão, estresse, autoestima e imagem corporal negativa também impactam diretamente a vida sexual durante e após a menopausa.
A relação com o parceiro também entra na equação: comunicação afetiva, empatia e intimidade são pilares para uma vida sexual prazerosa. A ausência de apoio emocional e informação adequada são barreiras comuns relatadas por mulheres.
Mito: “precisa continuar transando para não ter dor”
Esse é um dos mitos mais comuns. Mas segundo o SWAN, a frequência de relações sexuais não tem relação direta com o aparecimento de dor. Ou seja, a dor não surge porque você parou de ter relações, mas sim por fatores hormonais, fisiológicos e psicossociais.
Tratamentos para o sexo dolorido na menopausa
A boa notícia é que há opções seguras e eficazes para tratar o sexo dolorido na menopausa. Veja algumas:
Hidratação e lubrificação
- Hidratantes vaginais de uso regular
- Lubrificantes à base de água ou silicone, sem fragrância
Terapia hormonal
- Estrogênio local (creme, óvulo ou anel vaginal)
- Em alguns casos, terapia hormonal sistêmica (com aval médico)
Fisioterapia pélvica
- Exercícios e recursos que melhoram a circulação, sensibilidade e relaxamento da musculatura vaginal
Acompanhamento emocional
- Psicoterapia para lidar com imagem corporal, libido, autoestima e relação afetiva
🎧 Ouça também: PodKefi #15 | Fisioterapia Pélvica: Saúde, Sexualidade e Autoestima para Mulheres 40+
Neste episódio do podcast da Kefi, recebemos a fisioterapeuta Patrícia Marafão para uma conversa franca e esclarecedora sobre como a fisioterapia do assoalho pélvico pode transformar a vida sexual e emocional de mulheres no climatério.
Como saber se estou com disfunção sexual?
Um instrumento muito utilizado por especialistas é o Índice de Função Sexual Feminina (FSFI, na sigla em inglês). Ele é um questionário validado cientificamente que avalia seis áreas da vida sexual: desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor. São 19 perguntas que a mulher responde com base nas experiências das últimas quatro semanas, e o resultado é uma pontuação final que indica se há ou não disfunção sexual. O FSFI é uma ferramenta importante para entender o impacto da menopausa na saúde sexual e orientar intervenções adequadas.
Retomar o prazer é possível
Sexo na menopausa pode (e deve) continuar fazendo parte da sua vida, se isso for um desejo seu. Não há regra, idade ou performance que definam o que é uma vida sexual plena. O importante é você se sentir bem com seu corpo, sua libido e suas escolhas.
Procure profissionais especializados, compartilhe suas dúvidas e não normalize a dor. Seu prazer importa.
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