A menopausa é uma transição universal na vida das mulheres, marcada por mudanças hormonais que geram sintomas físicos e emocionais. Embora todas as mulheres passem por essa fase, a forma como cada cultura a vive e lida com ela pode variar significativamente. Este artigo explora as abordagens culturais para a menopausa em diferentes regiões do mundo e como essas percepções afetam a experiência e o bem-estar das mulheres.
Diferenças culturais na experiência da menopausa
1. Japão
No Japão, as mulheres geralmente relatam sintomas diferentes em comparação com mulheres ocidentais. Enquanto os fogachos, por exemplo, são frequentemente destacados no Ocidente, as japonesas tendem a dar mais atenção a sintomas físicos, como rigidez nos ombros e dores corporais. Essa diferença pode estar relacionada à dieta tradicional japonesa, rica em alimentos com fitoestrógenos, como a soja, que podem aliviar sintomas vasomotores como os fogachos. Além disso, a menopausa no Japão é vista de forma menos estigmatizada e mais como uma fase de transição natural, o que ajuda as mulheres a lidarem com as mudanças de forma mais equilibrada.
2. China
Na China, ela é vista como uma parte do conceito de “gengnianqi”, uma transição de meia-idade que também inclui mudanças emocionais. Esse termo reflete a aceitação social das mudanças comportamentais e emocionais comuns na menopausa. Diferentemente das abordagens ocidentais, que muitas vezes tratam a menopausa como uma condição médica que requer intervenção clínica, na China, as mudanças são vistas como parte natural da vida, com menor ênfase em sintomas como irritabilidade e estresse emocional. Essa aceitação cultural, combinada com redes de apoio familiar, contribui para uma experiência menos medicalizada da menopausa.
3. Estados Unidos
Nos Estados Unidos, ela é frequentemente medicalizada, sendo vista como uma condição que deve ser controlada e gerida. As mulheres americanas tendem a buscar mais tratamentos hormonais e medicamentos para aliviar os sintomas. Fogachos e suores noturnos são os sintomas mais relatados. Ao mesmo tempo, há uma forte cultura que incentiva a busca por soluções para sintomas físicos, além de um alto nível de conhecimento e debate público sobre os desafios da menopausa. O acesso a grupos de apoio e fóruns de discussão online é, de modo geral, mais robusto, permitindo que as mulheres americanas compartilhem experiências e busquem alternativas diversas, como no trabalho e nas redes sociais.
4. América Latina
Na América Latina, a menopausa frequentemente carrega um certo estigma. Mulheres enfrentam preconceito e, em algumas culturas, podem até sentir desvalorizadas ao entrarem nessa fase. A presença de uma cultura machista em muitas países latino-americanos pode fazer com que as mulheres se sintam menosprezadas e hesitem em buscar apoio para tratar os sintomas. Essa percepção negativa da menopausa afeta o bem-estar mental das mulheres e cria barreiras para que busquem auxílio médico e tratamento.
5. Alemanha
Estudos indicam que as mulheres na Alemanha relatam uma quantidade elevada de sintomas, mas tendem a ter menos apoio social e relutam em compartilhar suas experiências em comparação com as mulheres nos países do Sul da Europa. Discussões sobre menopausa na Alemanha são influenciadas por uma cultura de privacidade e individualismo, o que pode levar ao isolamento e a uma gestão solitária dos sintomas. Entretanto, iniciativas recentes de conscientização estão abrindo espaço para discussões sobre o impacto desse período no ambiente corporativo, incluindo uma visão mais aberta e menos estigmatizada da menopausa.

A menopausa no Brasil: desafios e percepções culturais
No Brasil, a menopausa ainda é um tema rodeado de mitos e estigmas. Muitas mulheres enfrentam preconceito e falta de apoio adequado, tanto em casa quanto no ambiente de trabalho. O debate sobre a menopausa ainda é limitado, e questões como saúde mental, mudanças hormonais e a influência da menopausa na vida da mulher do dia a dia são frequentemente vistas como tabu. Em geral, sentimos que o entendimento sobre o tema ainda é restrito e há pouco espaço institucional para discutir o impacto da menopausa nos ambientes familiares e profissionais.
A cultura brasileira, voltada à juventude e vitalidade, pode fazer com que as mulheres se sintam pressionadas ou desvalorizadas ao falar sobre os sintomas da menopausa, especialmente os ligados à sexualidade e às emoções. Essa falta de espaço para o diálogo aberto sobre o tema limita as oportunidades de buscar soluções e apoio.
Como melhorar a percepção social da menopausa?
Para melhorar a percepção sobre essa fase e oferecer um ambiente mais acolhedor às mulheres, algumas iniciativas e práticas podem ser aplicadas:
1. Educação e Conscientização
Promover a educação sobre a menopausa desde cedo nas escolas e em campanhas de saúde pública pode ajudar a diminuir o estigma. Explicar que a menopausa é uma fase natural e saudável na vida das mulheres pode incentivar uma visão mais positiva e informada.
2. Suporte no Ambiente de Trabalho
Mulheres precisam de apoio nas empresas, com horários flexíveis, espaços para descanso e conscientização nas equipes, de forma que o assunto possa ser abordado sem preconceito. Algumas empresas no Brasil já começam a criar políticas voltadas para o reconhecimento dos sintomas da menopausa e a valorização de talentos na maturidade.
3. Redes de Apoio e Grupos de Discussão
A criação de grupos de apoio e rodas de conversa pode ser uma maneira eficaz de dar voz às mulheres e oferecer um espaço onde elas se sintam confortáveis para falar sobre seus desafios. Isso pode ter efeito tanto no ambiente físico quanto online, aproveitando redes sociais e fóruns.
4. Acesso a Recursos de Saúde
Garantir que todas as mulheres tenham acesso a exames médicos, apoio de ginecologistas e de terapias alternativas, pode ser um passo importante para que as mulheres brasileiras enfrentem a menopausa de forma mais consciente e com acompanhamento adequado.
5. Valorização da Maturidade
Enxergar a menopausa de maneira mais positiva e inclusiva da fase madura da vida, como ocorre em algumas culturas, pode ajudar a sociedade a valorizar a experiência e a sabedoria das mulheres. Projetos de mídia que destaquem a importância da maturidade, em vez de promover uma busca contínua pela juventude, contribuem para a construção de uma sociedade mais acolhedora.
Conclusão
A menopausa é uma fase inevitável na vida das mulheres, mas a forma como cada cultura a interpreta e responde a ela pode transformar essa experiência. Seja através da experiência cultural, como no Japão ou na China, ou por meio da medicalização e redes de apoio sociais, como nos Estados Unidos, cada abordagem oferece aprendizados importantes sobre como enfrentar essa transição de maneira saudável.
No Brasil, um maior espaço social e a normalização do diálogo sobre a menopausa podem ajudar as mulheres a atravessarem essa fase com mais saúde, dignidade e autoestima. Entender que a menopausa não precisa ser motivo de vergonha ou preconceito é o primeiro passo para garantir um futuro em que todas as mulheres possam abraçar essa fase da vida com confiança e serenidade.
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