A menopausa no trabalho é tema de saúde, produtividade e inclusão. A literatura recente mostra que a maioria das mulheres segue desempenhando bem suas funções, mas entre 15% e 40% relatam algum grau de dificuldade, especialmente quando sintomas como fogachos, insônia e névoa mental se intensificam. Falar de forma aberta — sem estigma — protege carreiras, reduz presenteísmo e melhora resultados para todos.
O que a ciência mostra sobre a menopausa no trabalho
- Variabilidade é a regra: há mulheres que quase não sentem impacto e outras que enfrentam quadros mais desafiadores.
- Sintomas que mais pesam no expediente: vasomotores (calorões, suor), distúrbios do sono, dificuldade de atenção/memória (“névoa mental”), alterações de humor, dor articular e cefaleias.
- Fatores que agravam a experiência: pressão financeira, dependentes, insegurança no emprego, baixa valorização e ansiedade no clima organizacional.
Em síntese: menopausa no trabalho é um tema de ajustes, não de exclusão. Com políticas e liderança preparadas, o impacto é manejável.
Menopausa no trabalho: visão da mulher
Mulheres relatam desafios como fadiga após noites mal dormidas, dificuldade de foco em reuniões longas, constrangimento com fogachos e oscilação de humor. Mesmo assim, muitas criam estratégias para se manter produtivas.
Sinais de atenção
Procure ajuda se perceber:
- Queda sustentada de desempenho apesar do esforço;
- Humor deprimido/ansioso que não melhora;
- Insônia persistente;
- Dor ou dificuldade cognitiva que atrapalha tarefas básicas.
O que ajuda na prática
- Higiene do sono (rotina, luz, telas, cafeína);
- Pausas curtas e programadas em momentos críticos;
- Hidratação e acesso a ambientes arejados;
- Atividade física (ênfase em força + mobilidade);
- Planejamento de agenda: fracionar reuniões, reservar blocos de foco, negociar horários.
Menopausa no trabalho: visão da empresa
Organizações que enxergam a menopausa no trabalho como tema de diversidade, inclusão e saúde retêm talento e reduzem custos de presenteísmo (estar presente, mas com produtividade e rendimento afetado).
O que mais importa no ambiente
- Segurança psicológica: espaço para pedir ajustes sem medo de julgamento;
- Reconhecimento e previsibilidade: valorização e clareza de metas reduzem ansiedade;
- Gestão preparada: líderes capazes de conversas breves, respeitosas e objetivas.
Produtividade: onde mora a perda
Em muitos contextos, o presenteísmo (estar presente, mas render menos por sintomas — sobretudo insônia) pesa mais do que o absenteísmo (falta de um funcionário ao trabalho). Atacar sono, temperatura do ambiente e organização da jornada costuma gerar ganho rápido.
O “menu” de ajustes razoáveis
Em vez de uma regra única, ofereça um menu de ajustes para que cada colaboradora escolha o que precisa por tempo definido e com revisões periódicas:
- Flexibilidade de horários e trocas de turno;
- Trabalho híbrido/parcial quando possível;
- Pausas curtas em horários críticos;
- Ambiente térmico ajustável (controle de temperatura, ventilação, ventilador individual, mesa próxima a janelas);
- Reuniões mais curtas ou com pautas fracionadas; priorizar objetivos e decisões;
- Janelas de foco sem interrupções para tarefas cognitivas;
- Dress code com camadas leves;
- Acesso fácil a água e sanitários.
Dica de governança: documente a solicitação de ajuste de forma simples e sigilosa; defina objetivo, prazo de revisão (60–90 dias) e responsável de acompanhamento.
Números‑chave para decisões
- 15–40% das mulheres relatam alguma dificuldade com menopausa no trabalho;
- Trio crítico de sintomas ligados a pior “coping” (conjunto de esforços cognitivos e comportamentais que as pessoas utilizam para lidar com situações estressantes): sono, vasomotores e psicológicos (humor/ansiedade);
- Determinantes sociais (pressão financeira e dependentes) aumentam a chance de dificuldade;
- Alvo prioritário: presenteísmo ligado à insônia.
Guia rápido para RH e líderes
- Política clara sobre menopausa no trabalho
- Linguagem inclusiva, canal confidencial para pedidos de ajuste, materiais educativos.
- Treinamento de liderança (30–60 min)
- Sinais de atenção, como oferecer ajuda, como negociar ajustes, como registrar e revisar.
- Avaliação ambiental e ergonômica
- Temperatura, ventilação, iluminação, cadeiras/mesas, pausas, acesso a água e sanitários.
- Acompanhamento leve e transparente
- Metas realistas, revisão dos ajustes em 60–90 dias, feedback bidirecional.
- Indicadores sem exposição individual
- Absenteísmo, presenteísmo autorreferido, satisfação e retenção por área (dados agregados).
Como a Kefi pode apoiar sua empresa
Quem é a Kefi: startup brasileira de saúde e bem‑estar focada em mulheres 40+, cofundada por cientistas, que une ciência, educação e conteúdo para acolher e orientar mulheres no climatério e na menopausa. No contexto corporativo, a Kefi atua como aliada na implementação de boas práticas — sempre com foco na acolhida e no desempenho:
- Palestras e treinamentos institucionais: sensibilização de lideranças e equipes sobre menopausa no trabalho, com roteiros práticos para conversas, ajustes e indicadores.
- Diagnóstico corporativo: mapeamento confidencial das dificuldades das colaboradoras, das necessidades dos líderes e dos aspectos da cultura que favorecem/atrapalham os ajustes; recomendações objetivas por área.
- Materiais de treinamento: criação de guias, checklists e fluxos personalizados (RH, liderança e colaboradoras) para padronizar pedidos de ajuste, revisão periódica e comunicação sem estigma.
Objetivo: fortalecer políticas internas, reduzir presenteísmo e preservar talentos — com respeito à privacidade e à realidade de cada organização.
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Comunicação sem estigma
- Menopausa no trabalho não é deficiência, mas pode se comportar como uma condição invisível que pede acomodações razoáveis;
- Foque no desempenho e na capacidade (o que ajuda a entregar melhor), não na doença;
- Evite rótulos e piadas; normalize o tema;
- Priorize conversas curtas, no momento certo, com escuta ativa.
Preciso divulgar que estou na menopasa para liderança?
Não é obrigatório. Divulgue se se sentir segura e se isso trouxer benefícios práticos (ajustes, flexibilidade). Empresas devem oferecer canal confidencial.
O que faço se meu líder não sabe sobre menopausa?
Leve a conversa para necessidades concretas (“preciso de X por Y semanas para entregar Z”). Indique materiais educativos internos. RH deve apoiar líderes com roteiros de conversa.
E se meu trabalho é manual ou sob forte calor?
Priorize controles térmicos, pausas curtas, hidratação, alternância de tarefas quando possível e EPIs compatíveis com vestimenta em camadas. Avaliações de risco precisam considerar gatilhos de sintomas.
Para inspirar: Coragem para mudar
Se você sente que está em transição — reavaliando carreira, trabalho ou propósito — o episódio 20 do PodKefi é um complemento perfeito para o tema menopausa no trabalho.
Você vai ouvir sobre:
- Por que a menopausa pode ser um ponto de partida, e não de fim;
- Habilidades que florescem na maturidade;
- Como transformar dores e talentos em projetos e negócios com propósito;
- O que é viver a partir do “Eu abundante”;
- Passos práticos para recomeçar.
“A menopausa não precisa ser um ponto final. Pode ser o seu ponto de virada.” — Dra. Andressa Stuart
Leia também
- Névoa mental na menopausa: causas e como aliviar
- Insônia na menopausa: como melhorar o sono
- Calorões na menopausa: causas e como aliviar
- Menopausa e saúde mental: 7 impactos e o que fazer
Inclusão que gera desempenho
Tratar menopausa no trabalho como tema de saúde, diversidade e desempenho é bom para pessoas e negócios. Com menu de ajustes, liderança preparada e clima de confiança, mantemos talento, produtividade e bem‑estar — sem rótulos.
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