Pelos faciais na menopausa: por que aparecem?

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Mulher 40+ em close com pelos faciais na menopausa no queixo, luz natural e fundo claro.

É comum notar pelos faciais na menopausa, especialmente no queixo, buço e mandíbula. Essa mudança costuma vir acompanhada de maior sensibilidade da pele e, às vezes, de afinamento dos fios do couro cabeludo. A boa notícia: na maioria dos casos é um quadro benigno, manejável e com múltiplas opções de cuidado. Neste guia, explicamos as causas, quando investigar e os tratamentos com melhor evidência — de forma acolhedora e prática.


Pelos faciais na menopausa: o que muda nos hormônios

  • A queda do estrogênio e da progesterona após a última menstruação altera o equilíbrio hormonal, aumentando relativamente a ação dos andrógenos (como a DHT) em tecidos sensíveis.
  • Essa mudança favorece a conversão de penugem (pelo vellus, mais fino e claro) em pelo terminal (mais espesso e pigmentado) em áreas como queixo e buço.
  • Fatores genéticos e metabólicos modulam essa resposta, explicando por que algumas mulheres percebem mais pelos e outras quase não notam mudanças.

Pelos faciais na menopausa: quando é hirsutismo?

O termo hirsutismo descreve o crescimento de pelos terminais em áreas típicas de padrão masculino (face, tórax, abdome, dorso, coxas internas) em mulheres.

Hirsutismo x hipertricose: o que distingue

  • Hirsutismo: aumento de pelos terminais em regiões andrógeno‑dependentes (costuma ter gatilho hormonal).
  • Hipertricose: aumento difuso de qualquer tipo de pelo (vellus ou terminal), em áreas não andrógeno‑dependentes; pode relacionar‑se a fármacos, doenças cutâneas ou hereditárias.

Sinais que pedem atenção

Procure avaliação se, junto de pelos faciais na menopausa, você notar:

  • início abrupto e progressão rápida;
  • sinais de virilização (voz mais grossa, clitoromegalia, aumento de massa muscular);
  • ciclo menstrual irregular na perimenopausa;
  • acne inflamatória de difícil controle;
  • queda de cabelo em padrão masculino.

Causas e fatores que agravam

Genética e histórico reprodutivo

  • Herança familiar influencia a sensibilidade dos folículos à DHT.
  • Histórico de SOP (síndrome dos ovários policísticos) pode deixar um “rastro metabólico/hormonal” que persiste na meia‑idade, facilitando o hirsutismo residual.

Metabolismo e glândula tireoide

  • Resistência à insulina, alterações glicêmicas e ganho de peso aumentam a atividade androgênica periférica.
  • Hipo ou hipertireoidismo podem agravar alterações de pele e pelos, exigindo checagem laboratorial quando há suspeita clínica.

Fármacos e outros gatilhos

  • Alguns medicamentos (p.ex., andrógenos, anabolizantes, certos progestágenos) e produtos tópicos podem induzir crescimento de pelos.
  • Estresse crônico e privação de sono afetam o eixo neuroendócrino, piorando quadros pré‑existentes.

Pelos faciais na menopausa: quando investigar

A maioria dos casos leves/moderados pode ser manejada sem investigação extensa. Entretanto, procure avaliação dermatológica e/ou ginecológica/endócrina se houver sinais de alerta, impacto emocional significativo ou falha dos cuidados básicos.

Especialistas e exames possíveis

  • Dermatologia (pele/pelos), ginecologia e endocrinologia (metabolismo/hormônios).
  • Exames podem incluir, conforme indicação clínica: TSH/T4, perfil androgênico (p.ex., testosterona total/livre, DHEA‑S), ferritina, glicemia/insulina e perfil lipídico.
  • A decisão de solicitar exames é individualizada e considera sinais, sintomas e histórico.

Ouça também: PodKefi 21 | Estética 40+: Colágeno após os 40, Ácido Hialurônico e Pele Madura. Neste PodKefi, a biomédica Ana Pencal explica, com linguagem simples, o que muda na pele após os 40, quando vale estimular colágeno, em que casos o ácido hialurônico é insubstituível e para quem faz sentido o ultrassom microfocado.


Pelos faciais na menopausa: tratamentos com evidência

Opções tópicas e sistêmicas (sob prescrição)

  • Eflornitina 13,9% (tópica): reduz a velocidade de crescimento do pelo facial; resultado geralmente a partir de 8 semanas, manutenção contínua.
  • Antiandrogênicos (p.ex., espironolactona) podem ser considerados em casos selecionados, balanceando riscos/benefícios e interações.
  • Terapia hormonal da menopausa (TRM): pode auxiliar sintomas gerais; efeito sobre pelos é variável e não é indicação primária para hirsutismo. Decisão compartilhada com sua médica(o).

Procedimentos: laser, luz intensa e eletrólise

  • Laser de diodo e Nd:YAG: costumam ter melhor desempenho em pelos escuros; Nd:YAG é opção para fototipos altos.
  • Luz pulsada intensa (IPL): alternativa para casos selecionados, com resultados mais variáveis que lasers dedicados.
  • Eletrólise: destruição definitiva do folículo, eficaz para pelos claros, ruivos ou grisalhos, nos quais lasers têm menor resposta.
  • Número de sessões: varia conforme área, cor e espessura do pelo, fototipo e protocolo da clínica.

Cuidados da pele ao depilar

  • Preparar a pele com limpeza suave e finalizar com calmantes (niacinamida, pantenol, aloé).
  • Evitar ácidos esfoliantes e perfume na área por 24–48h pós‑procedimento.
  • Fotoproteção diária é indispensável para prevenir manchas e irritação.

Métodos caseiros e do dia a dia

Lâmina, cera, linha e depilador: como escolher

  • Lâmina: prática e indolor, não engrossa o pelo; ideal para retoques rápidos.
  • Cera: remove pela raiz, mas pode irritar pele sensível; atenção em uso de retinoides/ácidos.
  • Linha: boa precisão para buço/sobrancelha; menos agressiva quando bem executada.
  • Depilador elétrico: eficiência intermediária; pode aumentar risco de foliculite em peles reativas.

Rotina calmante pós‑depilação

  • Compressas frias breves e creme hidratante calmante.
  • Evitar atividade física intensa, sauna e piscina nas primeiras horas.
  • Se houver foliculite recorrente, avaliar antissépticos suaves ou ajustes do método.

Autoestima, imagem corporal e suporte

Os pelos faciais na menopausa podem impactar a autoimagem, mas isso não define quem você é. Estratégias que ajudam:

  • conversar com profissionais que acolham suas prioridades;
  • alinhar expectativas realistas de resultado e tempo de tratamento;
  • praticar autocompaixão e rituais de cuidado que façam sentido para você;
  • buscar redes de apoio e conteúdos confiáveis.

Mitos x Evidências

MitoO que a ciência indica
“Depilar engrossa o pelo.”Não. A lâmina corta o pelo na superfície; a espessura não aumenta — o que muda é a ponta reta, que dá sensação de aspereza.
“Laser é definitivo para todo mundo.”Não. Resultados variam; pelos claros/grisalhos respondem pouco. Eletrólise é mais indicada nesses casos.
“Toda mulher na menopausa terá barba.”Não. Predisposição genética e fatores metabólicos explicam a grande variação entre mulheres.
“Creme caseiro resolve para sempre.”Raramente. Cosméticos podem suavizar irritação e textura, mas não substituem terapias direcionadas ao folículo.

Perguntas frequentes

Laser funciona em pelos claros ou grisalhos?

A resposta costuma ser baixa; eletrólise é a opção mais eficaz nesses casos.

Eflornitina afina o pelo?

Ela retarda o crescimento; o efeito depende do uso contínuo.

Quanto tempo para ver resultados?

Em geral, 8–12 semanas para notar diferença com tópicos; procedimentos exigem múltiplas sessões.

Posso usar ácidos enquanto depilo?

Sim, mas pause 2–3 dias antes/depois de cera, laser ou eletrólise para reduzir irritação.

TRM vai “sumir” com os pelos?

Não é objetivo primário; o efeito sobre pelos é variável e a indicação depende de sintomas e histórico.


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Conclusão

Ter pelos faciais na menopausa é comum e, na maior parte das vezes, manejável. Com informação de qualidade, avaliação individualizada e um plano de cuidado realista, é possível conquistar conforto com a sua pele — e com o espelho. Se algo te preocupa, procure um(a) profissional de confiança; você não precisa lidar com isso sozinha.

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